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Observatório ESO: Ciência e Tecnologia em Astronomia.

Atualizado: 21 de jul.

A Astronomia é descrita freqüentemente como a ciência mais antiga, dado o fascínio que o universo sempre exerceu em pessoas de todas as idades e culturas. Atualmente a astronomia utiliza sofisticada tecnologia e é considerada uma das ciências mais modernas e dinâmicas.


Uma das organizações que muito contribui para o avanço da Astronomia, é o  ESO, Observatório Europeu do Sul, uma destacada organização intergovernamental de ciência e tecnologia em astronomia. Ajuda cientistas de todo o mundo a descobrir os segredos do Universo, o que, consequentemente, beneficia toda a sociedade.


Fundado em 1962, com sede em Garching, na Alemanha e com observatórios no Chile, ESO é uma organização intergovernamental apoiada por 16 Estados Membros (Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Irlanda, Itália, Holanda, Polónia, Portugal, Reino Unido, República Checa, Suécia, Suíça e o Chile, país de acolhimento e parceiro estratégico.


ESO desenvolve um ambicioso programa focalizado em design, construção e operação de potentes observatórios e promove e organiza cooperações em pesquisas astronômicas.


Em seu site, ESO informa que conta com mais de 750 funcionários oriundos de cerca de 30 países e inúmeros colaboradores de todo o mundo. São mais de 22.000 usuários de cerca de 130 países diferentes, que tem acesso a serviços, tecnologia e dados. 


ESO opera três observatórios no Deserto de Atacama, no Chile: La Silla, Paranal e Chajnantor.



OBSERVATÓRIO LA SILLA


La Silla, primeiro observatório ESO a entrar em operação no final da década de 1960, está situado na montanha de La Silla, a uma altitude de 2350 m, a 600 km do norte de Santiago do Chile. É equipado com vários telescópios ópticos. Os espelhos têm diâmetro de até 3.6 metros.


Os principais instrumentos óticos do ESO em La Silla são um refletor de 3,6 m, inaugurado em 1976; o New Technology Telescope (NTT) de 3,5 m, inaugurado em 1989; um refletor de 2,2 m de propriedade conjunta do Max-Planck-Institut für Astronomie, inaugurado em 1984. O ESO Schmidt de 1 m, inaugurado em 1971, foi fechado em 1998, mas reabriu em 2009 e agora é operado pela Universidade de Yale.  Os instrumentos em La Silla de propriedade de nações individuais incluem um refletor dinamarquês de 1,54 m inaugurado em 1979 e o telescópio Leonhard Euler de 1,2 m de propriedade do Observatório de Genebra, inaugurado em 2000.




Credit: ESO.

Directed by: Nico Bartmann.Editing: Nico Bartmann.Web and technical support: Mathias André and Raquel Yumi Shida.Written by: Laura Hiscott and Calum Turner.Music: John Stanford — The Edge (johnstanfordmusic.com).Footage and photos: ESO, G. Hüdepohl (atacamaphoto.com), L. Calçada, J. Pérez, Liam Young/Unknown Fields.Scientific consultant: Paola Amico and Mariya Lyubenova.Executive producer: Lars Lindberg Christensen.



OBSERVATÓRIO CERRO PARANAL


O observatório ESO em Cerro Paranal está situado em uma montanha na parte norte do deserto do Atacama, no Chile. Lá está instalado o VLT-Very Large Telescope, um dos telescópios ópticos mais avançados do mundo, composto por quatro Telescópios Principais com espelhos principais de 8,2 m de diâmetro e quatro Telescópios Auxiliares móveis de 1,8 m de diâmetro.



Este é o trailer do the Very Large Telescope (VLT), situado no Paranal, no Chile


Credit: ESO

Footage and photos: ESO, C. Malin (christophmalin.com),  Liam Young, B. Tafreshi (twanight.org), G. Hüdepohl (atacamaphoto.com), F. Kamphues, G. Lombardi (glphoto.it), S. Gillessen, F. Char, H. Zodet and Y. Beletsky (LCO).

Music by Movetwo



O HOTEL ESO CERRO PARANAL


Sob o cume, a uma altura de cerca de 2.400 metros, encontra-se o Hotel ESO no Cerro Paranal. É o alojamento do Observatório do Paranal no Chile desde 2002. É usado principalmente para os cientistas e engenheiros do ESO que trabalham lá em um sistema de escala, que os abriga em estadias em que podem relaxar e descansar entre fases extenuantes de trabalho.


O Hotel ESO no Cerro Paranal tem sido chamado de "pensão em Marte", porque os arredores do deserto são semelhantes a Marte e um "Oásis para astrônomos". Não é um hotel comercial, e o público não pode reservar quartos. Para o tempo relativamente curto de estadias de cientistas e engenheiros, sob condições climáticas extremas – sol intenso, secura extrema, altas velocidades do vento, grandes flutuações de temperatura e o perigo de terremotos – o hotel foi edificado em  local longe da civilização.


O exterior do hotel foi apresentado no filme de 007 de 2008, Quantum of Solace, no qual a estrutura foi retratada como um eco-hotel fictício na Bolívia. Uma miniatura do hotel foi construída pela equipe de efeitos visuais para as cenas em que o hotel, no filme, é destruído por um incêndio.



ESO Paranal e o Hotel ESO Cerro Paranal foram set de filmagem de 007, "Quantum of Scolace"


Credit: ESO

Visual design and editing: Martin Kornmesser and Luis Calçada. Cinematography: Peter Rixner. Editing: Herbert Zodet. Web and technical support: Lars Holm Nielsen and Raquel Yumi Shida. Written by: Henri Boffin, Lee Pullen and Lars Lindberg Christensen. Host: Dr. J. Narration: Lee Pullen. Music: Paulo Raimundo; lcg//moulinex. Footage and photos: Sony Pictures, EON Productions Ltd., QUANTUM OF SOLACE / © 2008 Danjaq, United Artists, CPII., 007 TM and related James Bond Trademarks, TM Danjaq & ESO. Directed by: Lars Lindberg Christensen



OBSERVATÓRIO CHAJNANTOR


O Observatório Chajnantor é operado pelo Caltech - Instituto de Tecnologia da California em colaboração com a Universidade do Chile e a Universidade de Concepción e está localizado a uma altitude de 5080 metros (16700 pés) na Cordilheira dos Andes, no norte do Chile.


O planalto alto e seco de Chajnantor é um dos melhores locais do mundo para astronomia milimétrica e submilimétrica.


O primeiro instrumento de observatório, o Cosmic Background Imager (CBI) está alojado em uma cúpula retrátil que fornece alguma proteção contra chuva, neve e vento. Na maioria dos dias, o vento em Chajnantor atinge picos no final da tarde em cerca de 15 m/s (30 mph). Nessas condições, o frio é um problema grave, mas a cúpula fornece um espaço de trabalho abrigado onde é possível  reparar e manter o CBI. A cúpula é uma estrutura de aço hemisférica coberta com tecido de poliéster, abrigada em uma parede de 2 m de altura e 10,5 m de diâmetro.


O CBI e sua cúpula exigem placas de suporte de concreto, mas esta é a única obra de construção do local. Todas as outras instalações estão em contêineres de transporte padrão ISO colocados diretamente no solo. Essa abordagem modesta à infraestrutura do local reduz custos, reduz a carga de manutenção e tem um impacto bastante baixo no meio ambiente.


As instalações do observatório incluem uma sala de controle, laboratório, oficina mecânica, usina, duas salas de trabalho/quartos e um banheiro – tudo dentro dos contêineres de transporte.


Para neutralizar os efeitos da alta altitude, o ar nas áreas de trabalho e de vida é enriquecido com oxigênio (usando peneiras moleculares para separar o oxigênio do ar), e as pessoas que trabalham fora podem usar tanques de oxigênio portáteis com reguladores de demanda quando necessário para melhorar a eficiência e a segurança. A usina e os tanques de combustível estão localizados a cerca de 100 m a leste do CBI; o consumo médio de energia para o local é de cerca de 100 kW e a usina tem um par de geradores a diesel classificados para 150 kW a 5000 m.


As instalações da base estão localizadas na Residencia Don Esteban, na histórica cidade oásis de San Pedro de Atacama, a uma altitude de 2500 m. Estes incluem quartos, cozinha, sala de conferências e sala de computadores.


O observatório é parcialmente apoiado pela SAINT, Aliança Estratégica para a Implementação de Novas Tecnologias, um consórcio formado por doze instituições: the California Institute of Technology and the Jet Propulsion Laboratory, the University of Chicago, Columbia University, The Max Planck Institute for Radio Astronomy (Bonn), Oxford University, Princeton University, Stanford University, the University of Manchester, The University of Miami, The Rutherford Appleton Laboratory of the Science and Technology Facilities Council, The University of Oslo, and The High Energy Accelerator Research Organization (KEK).


Este consórcio foi formado para estudos e pesquisas sobre problemas fundamentais da física que podem ser resolvidos por observações da radiação cósmica de fundo em micro-ondas e pesquisas sobre uma variedade de novos planos astrofísicos.


Abaixo veja o trailer do ALMA, o maior projeto astronômico existente.


Um telescópio de última geração que estuda a luz com comprimentos de onda de cerca de um milímetro, emitida por alguns dos objetos mais frios do Universo, o ALMA é uma cooperação do Observatório Europeu do Sul (ESO), juntamente com os seus parceiros internacionais. O local do ALMA é o planalto do Chajnantor, a 5000 m de altitude, no norte do Chile, um dos locais mais secos da Terra.




Credit: ESO

ALMA (ESO/NAOJ/NRAO), C. Malin (christophmalin.com), P. Horálek, Liam Young, B. Tafreshi (twanight.org), J.J. Tobin (University of Oklahoma/Leiden University), M. Kaufman, Theofanis N. Matsopoulos, H.H.Heyer, S. Argandoña and H. Zodet. Music by Movetwo


Indiscutivelmente ESO possui estrutura tecnológica sofisticada e, com seus 61 anos de existência, uma curiosidade natural seria conhecer alguns de seus principais resultados científicos, o que será visto, a seguir.



DEZ DESCOBERTAS ESPACIAIS DO OBSERVATÓRIO ESO, POR ELIZABETH HOWELL, SPACE.COM


1.OBSERVANDO O COSMOS: ACELERAÇÃO E EXPANSÃO

Desde que o primeiro telescópio começou a funcionar em 1966, o ESO provocou diversas mudanças na forma como percebemos o Universo. Os astrónomos observaram a aceleração do Universo à medida que se expandia e aprenderam mais sobre a aparência do jovem Universo. Os telescópios do ESO também tiraram fotografias de planetas distantes e ajudaram a medir o peso de estrelas gigantescas.


2.PRIMEIRAS MEDIÇÕES PRECISAS DE PLUTÃO E CARONTE (1986)

Ao observar a curva de luz de Plutão e sua lua Caronte durante eclipses com telescópios do ESO La Silla, os astrônomos conseguiram reduzir o tamanho dos dois objetos. Plutão, então considerado um planeta, tem um diâmetro de aproximadamente 1367 milhas (2200 quilômetros). Sua maior lua, Caronte, foi medida em cerca de 721 milhas (1160 quilômetros).


3.PIONEIRISMO EM ÓPTICA ADAPTATIVA (1989)

O ESO foi um dos primeiros observatórios a testar a "óptica adaptativa", uma técnica usada para fazer correções para a turbulência da atmosfera terrestre. Um espelho telescópico, conectado a um computador, é ajustado automaticamente à medida que a atmosfera se flexiona. Isso permite que a luz chegue ao telescópio com maior precisão – o que significa que podemos ver mais longe no espaço. A óptica adaptativa é uma técnica padrão usada atualmente.

 

4.EXPANSÃO DO UNIVERSO ACELERANDO (1998)

Ao estudar o brilho das explosões estelares, os pesquisadores descobriram que o universo não está apenas se expandindo, mas acelerando à medida que cresce. Telescópios do ESO e de outros observatórios, incluindo o Telescópio Espacial Hubble, determinaram isso através de medições de supernovas do Tipo Ia. Os principais descobridores receberam o Prêmio Nobel de Física de 2011.

 

5.CONFIRMANDO O PASSADO QUENTE DO UNIVERSO (2000)

Os pesquisadores conseguiram obter a temperatura do eco do Big Bang – radiação cósmica de fundo de micro-ondas – de quando o universo tinha apenas 2,5 bilhões de anos. Um telescópio do ESO fez medições de espectro de um quasar, que é uma galáxia brilhante e distante alimentada por um enorme buraco negro. O brilho do quasar mostrou que o universo estava mais quente do que é agora.

 

6.OS ANOS MAIS AZUIS DO UNIVERSO (2003)

A partir de observações com o Very Large Telescope do ESO, os astrónomos descobriram a cor do universo jovem, com 2,5 bilhões de anos, era muito mais azul do que é hoje porque estava cheio de estrelas jovens e azuis.  Como as estrelas azuis emitem mais luz do que as estrelas antigas – e o universo tem tanta luz agora quanto no passado – as descobertas sugerem que havia menos estrelas nos primeiros anos do universo.


7.LIGANDO RAIOS GAMA COM SUPERNOVAS (2003)

Depois que uma explosão de raios gama brilhou na constelação de Leo em 29 de março de 2003, telescópios australianos e japoneses detectaram uma fonte de luz brilhante no mesmo local em 90 minutos. Os telescópios do ESO captaram então o primeiro espectro do objeto. Eles descobriram que essa grande supernova ou "hipernova" estava a 2,65 bilhões de anos-luz de distância, e foram capazes de ligá-la à explosão de raios gama.

 

8.A MAIOR ESTRELA DE TODOS OS TEMPOS (2010)

A maior estrela de todos os tempos, o R136a1 está distante 165.000 anos-luz da Terra e tem mais do dobro do tamanho que os cientistas pensavam que as estrelas poderiam alcançar. Essa magnífica descoberta foi possível por meio do Very Large Telescope do ESO e confirmado com dados de arquivo do Telescópio Espacial Hubble.

 

9.PRIMEIRO ESPECTRO DIRETO DE UM EXOPLANETA (2010)

Os cientistas usaram o Very Large Telescope do ESO para detectar a composição química de um planeta a cerca de 130 anos-luz da Terra. Este planeta tem cerca de 10 vezes o tamanho de Júpiter, com uma temperatura de superfície de 1472 graus Fahrenheit (800 graus Celsius). Esta foi a primeira vez que o espectro foi observado a partir de observações diretas de um planeta.

 

10.PLANETA DO TAMANHO DA TERRA ENCONTRADO NO SISTEMA ESTELAR AO LADO (2012)

Um planeta com aproximadamente a mesma massa da Terra foi descoberto perto de Alpha Centauri B, que faz parte de um sistema de três estrelas a apenas 4,3 anos-luz da Terra. Um telescópio do ESO em La Silla detectou o planeta medindo as oscilações da estrela. O planeta está fazendo com que Alpha Centauri B se mova para frente e para trás a 1,1 milhas (1,8 quilômetros) por hora, a mesma velocidade de um bebê engatinhando.


O INOVADOR ELT


O Extremely Large Telescope (ELT) do Observatório Europeu do Sul (ELT) é um revolucionário telescópio terrestre que terá um espelho principal de 39 metros e será o maior telescópio do mundo para luz visível e infravermelha: o maior olho do mundo no céu. A construção deste projeto tecnicamente complexo, iniciada há 9 anos, avança em um bom ritmo, com o ELT agora ultrapassando a marca de 50% concluído.


O telescópio está localizado no topo do Cerro Armazones, no deserto do Atacama, no Chile, onde engenheiros e trabalhadores da construção civil estão atualmente montando a estrutura da cúpula do telescópio em um ritmo impressionante.

Visivelmente mudando a cada dia, a estrutura de aço logo adquirirá a forma redonda familiar típica das cúpulas de telescópio.


Conforme palavras do Diretor Geral do ESO, Xavier Barcons, "O ELT é o maior da próxima geração de telescópios ópticos e infravermelhos próximos baseados em terra e o que está mais avançado na sua construção. Atingir 50% de conclusão não é um feito pequeno, dados os desafios inerentes a projetos grandes e complexos, e isso só foi possível graças ao empenho de todos no ESO, ao apoio contínuo dos Estados-Membros do ESO e ao envolvimento dos nossos parceiros na indústria e nos consórcios de instrumentos. Estou extremamente orgulhoso de que o ELT tenha alcançado este marco."




Vídeo ESO ELT

Credit: ESO.

Directed by: Martin Wallner

Editing: Martin Wallner

Web and technical support: Gurvan Bazin and Raquel Yumi Shida

Written by: Martin Wallner

Consultants: Bárbara Ferreira, Michele Cirasuolo

Music: Jon Kennedy – You, You and You

Footage and photos: ESO, G. Hüdepohl (atacamaphoto.com), L. Calcada, M. Kornmesser, A. Tsaouis, M. Wallner, H. Zodet, SCHOTT, APICAL

Acknowledgements: R. Parra, G. Vecchia, CIMOLAI, SCHOTT


Por Luiz Cincurá


Observatório ESO: Ciência e Tecnologia em Astronomia


Fontes:


CALIFORNIA INSTITUTE OF TECHNOLOGY. Chajnantor Observatory. Disponível em <https://sites.astro.caltech.edu/chajnantor/> Acesso em 25 dez.2023.


CALIFORNIA INSTITUTE OF TECHNOLOGY. Chajnantor Observatory: Strategic Alliance for the Implementation of New Technologies (SAINT). Disponível em <https://sites.astro.caltech.edu/chajnantor/saint/> Acesso em 25 dez.2023.


EUROPEAN SUTHERN OBSERVATORY. Observatórios La Silla, Chajnantor e Paranal. Disponível em <www.eso.org/public> Acesso em 25 dez.2023


HOWELL, Elizabeth. 10 Space Discoveries by the European Southern Observatory. Disponível em <https://www.space.com/18665-european-southern-observatory-major-discoveries.html> Acesso em 26 dez.2023.


JORNAL FOLHA DE S. PAULO – 19 set.2010 – página A22


OXFORD REFERENCE. La Silla Observatory. Disponível em

Acesso em 26 dez.2023.


WIKIPÉDIA. ESO Hotel. Disponível em <https://en.wikipedia.org/wiki/ESO_Hotel> Acesso em 26 dez.2023.


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