Starlink é o nome de uma rede de satélites desenvolvida pela empresa de voos espaciais privados SpaceX, visando inicialmente fornecer internet de baixo custo para locais remotos. O Starlink é ideal para áreas onde a conectividade não é confiável ou é completamente indisponível, mas tem ampliado a oferta de serviços para localidades diversas.
Mercados atendidos pelos satélites Starlink
Em post publicado em 20.maio.2024 no X (antigo twitter), o CEO da Space X, Elon Musk, informou que o Starlink está conectando mais de 3 milhões de usuários em 99 países, por meio de mais de 6.000 satélites Starlink em órbita, fornecendo internet de alta velocidade.
Os satélites Starlink estão sendo usados não apenas por clientes residenciais e empresariais, mas também por companhias aéreas que oferecem serviços de internet a bordo e por navios de cruzeiro, para que os passageiros possam permanecer conectados enquanto estiverem no mar, além de outras aplicações, conforme veremos.
Why Starlink's In-flight WiFi is a Game Changer³ - Fonte: Primal Space
Eventos como furacões, terremotos, inundações ou incêndios florestais, destroem ou danificam severamente a infraestrutura de telecomunicações terrestre, deixando as comunidades afetadas completamente isoladas do mundo exterior.
Com o Starlink, os socorristas podem transportar e configurar rapidamente terminais de usuários praticamente em qualquer lugar e ficar online em questão de minutos, ignorando a necessidade de qualquer infraestrutura terrestre.
Visibilidade dos satélites
Um ou dois dias após o lançamento e a implantação dos satélites Starlink, não é necessário nenhum equipamento especial para vê-los, pois são visíveis a olho nu. Aparecem como uma série de pérolas ou um "trem" de luzes brilhantes que se movem pelo céu noturno.
Se desejar, poderá tentar encontrar os satélites Starlink visíveis no seu país, a partir de coordenadas fornecidas por FindStarlink
Após lançamento, até alcançar cerca de 440 quilômetros acima da Terra, o foguete Falcon 9 transporta e implanta seu lote de 60 satélites Starlink, em uma “órbita de estacionamento”. A partir daí, os satélites individuais desdobram seus painéis solares e lentamente começam a se espalhar pelo planeta.
Cada satélite usa seus propulsores para aumentar gradualmente a uma altitude mais alta, subindo em sua eventual órbita final a cerca de 160 km acima da órbita da Estação Espacial Internacional. Tornam-se progressivamente mais difíceis de detectar, pois, conforme os satélites sobem, eles ficam mais escuros, refletindo menos luz solar de volta para a Terra, até alcançar a sua altura orbital final de cerca de 550 km.
Objetivos
O Starlink tem como objetivos centrais, resolver dois grandes problemas da internet moderna: a falta de conexões acessíveis para áreas geográficas longínquas e/ou sem estrutura terrestre de comunicações e a alta latência¹.
Os serviços tradicionais de internet por meio de cabos e fibras ópticas têm limitações inerentes às características do serviço. Mesmo dentro de um país, é raro alcançar um caminho com cabeamento direto de um local para outro. Confiar em cabos terrestres também deixa muitas regiões mal conectadas.
O desafio de vencer a alta latência, um dos objetivos centrais do Starlink, é relevante, devido aos enormes impactos que pode ocasionar. Para se ter uma ideia dos prejuízos que podem ser gerados pela alta latência, vejamos alguns exemplos:
Para quem está tentando assistir a vídeos, séries, filmes online, a alta latência pode significar travamentos ou perda de qualidade do vídeo. Navegando em redes sociais, a latência máxima recomendada é de 50 a 100 ms para boa performance. Jogando, a latência máxima orientada é de 30 ms, para evitar perda de competitividade.
Operações financeiras, por questões de segurança, podem ser canceladas, caso haja atraso no envio de informações. Os bancos movimentam bilhões de dólares em frações de segundo, qualquer atraso, pode levar a grandes perdas para um concorrente que atue com uma conexão mais rápida.
Aulas online com travamentos constantes, inviabiliza o acesso ao conteúdo dos cursos.
E-commerces que demoram a carregar, podem provocar perda de vendas online.
Trabalhos e videoconferências, via internet de alta latência, podem ser impactados por perdas de produtividade ou mesmo inviabilizados.
Os satélites Starlink tornam possível o acesso a serviços e recursos on-line essenciais em comunidades rurais que geralmente não eram atendidas por provedores de internet tradicionais. O Starlink permite que hospitais e clínicas de campanha realizem videoconferências em tempo real com médicos e especialistas a milhares de quilômetros de distância. Imagens médicas, como raios-X ou tomografias computadorizadas, podem ser compartilhadas instantaneamente para diagnóstico remoto. Pacientes com condições crônicas podem fazer check-ins remotos e acompanhamentos com profissionais de saúde. O Starlink torna esses aplicativos avançados de telesaúde possíveis mesmo em ambientes extremamente remotos ou com recursos limitados.
O ensino remoto também é favorecido, com a possibilidade de acesso a aulas online, pesquisas, compartilhamento de materiais de estudos, agora são possíveis para comunidades isoladas pela falta de infraestrutura de comunicações terrestre ou mesmo por terem sido atingidas por eventos destrutivos.
Como funciona
Os clientes compram uma antena terrestre para acessar o serviço de internet do Starlink. Quando é ligada na energia, a antena auto-direcional escaneia rapidamente o céu e trava no satélite aéreo mais próximo. Então, ela mantém perfeitamente essa conexão à medida que cada novo satélite Starlink aparece à vista e o anterior desaparece além do horizonte.
As antenas Starlink são certificadas para operar entre -22° Fahrenheit (temperatura mínima) até 104° Fahrenheit (temperatura máxima), que, na escala Celsius, corresponde de -30° Celsius até 40° Celsius.
Elon Musk's Starlink Impact video (By Geoff Aba)³
Histórico
Janeiro.2015: Anunciada a proposta de internet via satélite da SpaceX².
Fevereiro.2018: A SpaceX lançou seus dois primeiros protótipos Starlink, chamados Tintin-A e Tintin-B. O teste ajudou a demonstrar o conceito básico e a refinar o design do satélite.
23.maio.2019: Os primeiros 60 satélites Starlink foram lançados, na órbita baixa da terra, a bordo de um foguete SpaceX e atingiram, com sucesso, a altitude operacional de 340 milhas (550 quilômetros) acima da Terra.
Outubro.2020: Lançado o serviço de internet padrão do Starlink.
Janeiro.2021: terminais a laser, ou cruzamentos a laser, foram adicionados a um lote de satélites Starlink, o que permite que os satélites transfiram informações uns aos outros.
Maio.2021: 100° lançamento consecutivo do foguete Falcon 9, transportando satélites Starlink para lançamento no espaço.
Junho.2021: Mais de 1.500 satélites ativos, tornando os satélites Starlink a maior constelação de satélites ao redor da Terra, mais da metade de todos os satélites ativos que circundavam o nosso planeta.
Agosto.2022: O CEO da SpaceX, Elon Musk, e o CEO da T-Mobile, Mike Sievert, anunciaram um acordo entre as duas empresas em agosto de 2022 e planejam fornecer o serviço aos clientes da T-Mobile após os lançamentos dos satélites Starlink V2 completos.
27.fevereiro.2023: A SpaceX começou a lançar uma versão atualizada do Starlink, chamada V2 mini. Os V2 mini servem como uma versão precursora do V2 com design completo. Os satélites Starlink V2 completos serão lançados no foguete Starship em data ainda não confirmada. Quando o fizerem, os satélites V2 maiores possuem uma capacidade de dados maior do que seus antecessores e com capacidade de fornecer serviços diretamente para dispositivos celulares.
Maio.2024: Alcançada a marca de 6.078 satélites Starlink em órbita. Para atingir esse número, nos últimos anos, a cada duas semanas, um foguete SpaceX Falcon 9 decolou e transportou um novo lote de cerca de 60 satélites Starlink para a órbita baixa da Terra.
03.julho.2024: Lançamento do Falcon 9 para transporte de 20 satélites Starlink, incluindo 13 com capacidades Direct to Cell, para a órbita baixa da Terra a partir do Complexo de Lançamento Espacial 40 (SLC-40) na Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral, na Flórida.
O Starlink tem atuado em iniciativas que vão além dos negócios, na ajuda humanitária em contextos de destruição, provenientes da ação da natureza e/ou da ação humana.
Em resposta a emergências, o site do Starlink informa: “Por não apresentar as limitações da infraestrutura terrestre tradicional, o Starlink pode ser instalada rapidamente para auxiliar equipes de emergência em situações de calamidade.
A equipe Starlink tem orgulho de apoiar e priorizar o seu serviço para equipes de emergência em todo o mundo e continuará a aumentar esse apoio à medida que ampliamos nossas áreas de cobertura”.
Atuação humanitária em apoio a situações emergenciais
Atuação do Starlink em ajuda à Ucrânia
O Starlink tem sido uma peça vital da infraestrutura de comunicações da Ucrânia. Autoridades do governo ucraniano solicitaram publicamente terminais Starlink em 26.fevereiro.2022, e, dois dias depois, em 28.fevereiro. 2022, chegaram os primeiros equipamentos do Starlink.
No início de abril de 2022, a SpaceX e a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), anunciaram a entrega de cerca de 5.000 terminais Starlink para a Ucrânia, com a SpaceX fornecendo diretamente mais de 3.000 deles. O número cresceu consideravelmente desde então, para 25 mil, de acordo com o fundador e CEO da empresa, Elon Musk.
Atuação do Starlink em ajuda à Flórida, Estados Unidos
Depois que o furacão Ian devastou partes da Flórida em 2022, o Starlink conseguiu implantar rapidamente terminais para restaurar a Internet para equipes de emergência nas áreas mais atingidas, como Fort Myers Beach.
Da mesma forma, o Starlink forneceu acesso à Internet para apoiar os esforços de resposta a emergências após desastres naturais em Tonga, Samoa e outras ilhas do Pacífico atingidas por tsunamis e erupções vulcânicas.
Atuação do Starlink em ajuda à Tonga, Samoa e outras ilhas do Pacífico
Em fevereiro de 2022, pelo menos 50 terminais Starlink foram enviados para Tonga, no Oceano Pacífico. O objetivo era dar aos seus moradores acesso gratuito à Internet, especialmente em aldeias remotas. Tonga precisava dos terminais depois de sofrer uma erupção maciça do vulcão e tsunami em janeiro, assim como Samoa e outras ilhas do Pacífico que também foram atingidas e assistidas pelo Starlink Na época, a SpaceX disse que os terminais permitirão que as comunicações fluam em algumas das regiões com os piores efeitos decorrentes da erupção.
Atuação do Starlink em ajuda ao Estado do Rio Grande do Sul, Brasil
As enchentes do Rio Grande do Sul, no Brasil, provenientes de chuvas intensas entre 27 de abril e 05 de maio de 2024, provocaram uma situação de drama repentino e inimaginável, com mortes, desabrigados, perda total e danos em casas, estabelecimentos comerciais, automóveis, paralisações de diversas atividades, entre outras enormes dificuldades. Isso que tem exigido esforços gigantescos de socorro, assistência, doações e mobilizações visando a recuperação das perdas materiais, que será lenta, devido a enormidade dos prejuízos causados, já que 85% das cidades do Estado foram atingidas. O empresário Elon Musk, decidiu doar 1 mil antenas Starlink para o Estado do Rio Grande do Sul. A doação incluiu o fornecimento de serviços de dados, sem custos, até que a região se recupere. O primeiro lote foi recebido na Base Aérea da cidade de Canoas-RS, em 11 de maio de 2024 e o segundo e último lote foi entregue no dia seguinte, na mesma Base Aérea. Em nota, o Governo do Rio Grande do Sul comunicou que as antenas Starlink ajudarão a “restabelecer a comunicação nos principais pontos da Defesa Civil, da Segurança Pública, em unidades de saúde, escolas e serviços públicos essenciais durante o período que perdurar a calamidade”.
Elon Musk's Starlink: How Is It Helping Humanity?³ Fonte: youtube.com/@Cosmoknowledge
Questionamentos e esclarecimentos
Conforme foi visto, indubitavelmente, a existência da megaconstelação de satélites Starlink proporciona extraordinários benefícios à humanidade, contudo há questionamentos.
Os astrônomos, há muito, se queixam dos satélites que afetam sua capacidade de explorar o espaço, por meio de observações com o uso de telescópios terrestres, devido à luz solar refletida na maquinaria em órbita.
Em resposta, Patricia Cooper, vice-presidente de assuntos governamentais por satélite da SpaceX, informou aos astrônomos, em uma reunião de janeiro de 2020 da Sociedade Astronômica Americana em Honolulu, que “A SpaceX está absolutamente comprometida em encontrar um caminho a seguir para que nosso projeto Starlink não impeça o valor da pesquisa que todos vocês estão realizando”.
A SpaceX tomou medidas nesse sentido. Por exemplo, os satélites Starlink lançados recentemente, têm viseiras concebidas para reduzir o brilho da luz solar em sua estrutura.
Há também questionamentos sobre o descarte de satélites antigos e o risco de colisões de satélites com naves espaciais.
A SpaceX publicou, em fevereiro/2022, uma declaração em seu site que estabelece por que acredita que o Starlink nunca vai sujar a órbita da Terra com lixo espacial ou causar colisões orbitais com outros satélites.
A SpaceX afirma que é líder em segurança de satélites e declarou que um programa da NASA já revisou o sistema de prevenção anti-colisão para os satélites Starlink. Cada satélite Starlink é construído com um sistema de prevenção anti-colisão, capaz de manobrar o satélite. “Se houver uma probabilidade de 1/100.000 de colisão (10x menor do que o padrão da indústria de 1/10.000) para uma conjunção, os satélites planejarão manobras de evitação”, disse a empresa.
A SpaceX tem equipes de operadores de satélites para coordenar e responder a solicitações de outras empresas de satélite, 24 horas por dia, 7 dias por semana.
Os satélites também foram testados quanto à alta confiabilidade. A SpaceX lançou mais de 2.000 satélites para a rede Starlink de primeira geração, com uma taxa de falha em “apenas 1% após o aumento da órbita”.
De acordo com o rastreador de satélite e astrofísico Jonathan McDowell, 358 satélites Starlink foram desorbitados. Não houve relatos de seus destroços chegando ao solo.
“Para ser claro, os satélites da SpaceX são projetados e construídos para acabar totalmente durante a reentrada atmosférica, durante a descarte no final da vida útil, e eles fazem isso”, escreveu David Goldstein, engenheiro principal da Space X, em carta enviada à Administração Federal de Aviação (FAA) e o Congresso dos Estados Unidos, em 09.outubro.2023.
Todos os satélites Starlink operam em uma órbita baixa da Terra “autolimpa” abaixo de 600 quilômetros, o que significa que os satélites naturalmente desorbitarão em cinco a seis anos e serão desintegrados na atmosfera, não gerando detritos.
“A SpaceX está se esforçando para ser a operadora de satélites mais aberta e transparente do mundo”, acrescentou a empresa, “e incentivamos outras operadoras a se juntarem a nós no compartilhamento de dados orbitais e manter o público e os governos atualizados com informações detalhadas sobre operações e práticas”.
Além disso, a empresa disse que já está compartilhando abertamente informações sobre órbitas Starlink com a FCC, a Comissão Federal de Comunicações, órgão regulador da área de telecomunicações e radiodifusão dos Estados Unidos e o Space-Track.org, um site público.
“Em última análise, a sustentabilidade do espaço é um desafio técnico que pode ser efetivamente gerenciado com a avaliação apropriada do risco, a troca de informações e a implementação adequada de tecnologia e controles operacionais”, disse a SpaceX.
Starlink Mini: novo lançamento da Starlink nos Estados Unidos
Disponível apenas na Colômbia, El Salvador, Guatemala e Panamá, a SpaceX fez lançamento antecipado de vendas da antena Starlink Mini, nos Estados Unidos, em junho.2024, para um número limitado de clientes convidados, por US$599.
De acordo com a PCMag, nos Estados Unidos, os clientes também precisarão pagar US$ 30 por mês para receber a internet pela antena portátil, como um complemento ao seu plano de serviço residencial existente, que atualmente pode custar US$ 90 ou US$ 120 por mês.
Starlink Mini é uma antena parabólica portátil que possui Wi-Fi embutida que tem a capacidade de transmitir vários fluxos de vídeo 4K simultaneamente. A nova antena possui peso de 1,10 kg (2,43 lb), dimensões de 289x259 mm (11.4x9,8 polegadas), com tamanho próximo de um Apple MacBook. Isso se compara favoravelmente em relação a antena parabólica Starlink regular, que é maior: 51x30 cm (22,2x11,9 polegadas). A melhor parte da antena Starlink Mini é que ela tem um roteador Wi-Fi integrado, então você não precisará de um roteador separado que se anexar à antena Starlink atual.
SpaceX's Starlink Mini: Internet Anywhere!!³ - Fonte: Enlighten Hub
Com base em uma captura de tela de teste de velocidade compartilhada por Musk, Starlink Mini oferece velocidade de download de 100 Mbps e velocidade de upload de 11,5 Mbps com latência de 23 ms. Isso supera algumas conexões de telefone fixo e móvel, sendo bom o suficiente para transmitir e navegar na rede.
O roteador Wi-Fi integrado suporta WiFi 5 (802.11a/b/g/n/ac) e também tem uma porta Ethernet com “Starlink Plug". A antena Starlink Mini tem apenas dois conectores: um cano DC para a fonte de alimentação externa e um conector de rede RJ45.
Se você precisar estender a cobertura para uma área mais ampla, ficará feliz em saber que a antena Starlink Mini é compatível com a malha dos satélites Starlink, o que permite emparelhá-la, sem fio, com outro roteador Starlink.
A antena vem com uma fonte de alimentação, mas as especificações também sugerem que ela pode ser alimentada via USB-C PD, desde que a fonte possa fornecer 20V a 5A.
Inovações do Starlink
A Internet conectada por meio de satélites tradicionais, que antecederam a Starlink, funciona usando grandes espaçonaves que orbitam 23.236 milhas (35.686 km) acima de um ponto específico na Terra. Mas, a essa distância, geralmente há atrasos significativos no envio e recebimento de dados. Ao estar mais perto do nosso planeta e redes juntos, em altura orbital final de cerca de 550 km, os satélites Starlink operam com vantagem em relação aos satélites tradicionais.
Os satélites Starlink foram projetados para transportar grandes quantidades de informação rapidamente para qualquer ponto da Terra, mesmo sobre os oceanos e em lugares extremamente difíceis de alcançar, onde os cabos de fibra óptica seriam caros para se estabelecer.
Em vez de enviar sinais de internet através de cabos elétricos, que devem ser fisicamente estabelecidos para alcançar lugares distantes, a internet via satélite funciona enviando informações através do vácuo do espaço, onde viaja 47% mais rápido do que nos cabos de fibra óptica, informou o Business Insider.
Segundo Mark Handley, pesquisador de redes de computadores da University College London, que estudou o Starlink, em entrevista ao Business Insider, cada satélite Starlink está ligado a outros quatro, usando lasers. Nenhum outro satélite que fornece internet faz isso, e é o que os tornaria especiais: eles podem irradiar dados sobre a superfície da Terra quase à velocidade da luz, ignorando as limitações da fibra óptica.
A tecnologia laser foi integrada aos satélites Starlink que foram enviados ao espaço a partir de 2021. A SpaceX espera que essa mudança possa permitir que a cobertura da Internet, via satélite, chegue a áreas onde as estações terrestres não podem ser construídas, explicou Gwynne Shotwell, presidente e diretora de operações da SpaceX, em 24.agosto.2021, durante o 36o Simpósio Espacial Anual, em Colorado Springs, Colorado, Estados Unidos.
“Esta é a nova rede mais emocionante que já vimos em muito tempo. Os satélites Starlink, em funcionamento, podem afetar a vida de potencialmente todos", disse Mark Handley.
Para The Clarus Networks Group (2024), “[...] Sua combinação única de cobertura global, resiliência, alta largura de banda, baixa latência e recursos de implantação portátil é incomparável com qualquer sistema de internet via satélite anterior. O Starlink capacita trabalhadores humanitários, equipes de emergência e agências de socorro a manter a conectividade vital e habilitar aplicativos poderosos como telessaúde, educação remota e coordenação em tempo real – mesmo após desastres que prejudicam a infraestrutura. Talvez o mais importante, o Starlink representa um grande passo para reduzir a exclusão digital que deixou tantas comunidades carentes isoladas das imensas oportunidades da era da internet. Ao tornar a Internet de banda larga acessível globalmente, o Starlink pode ser o fio condutor que desbloqueia o desenvolvimento econômico, os recursos educacionais, a inclusão financeira e o progresso socioeconômico geral para aqueles que mais precisam. O impacto humanitário dessa tecnologia é verdadeiramente ilimitado à medida que trabalhamos para criar um mundo mais conectado, resiliente e equitativo."
Por Luiz Cincurá
Notas:
1.A Space Exploration Technologies Corporation, comumente referida como SpaceX, foi fundada em 2002 por Elon Musk. É uma fabricante americana de naves espaciais, provedora de serviços de lançamento e empresa de comunicações via satélite com sede em Hawthorne, Califórnia.
2.Também conhecido por “ping”, a latência é a diferença de tempo entre o início de um evento e o momento em que os seus efeitos se tornam perceptíveis. Em comunicações, a latência é o tempo em que os dados demoram para serem transferidos de um local para o outro. Quanto maior for a latência, maior é a demora na transmissão de dados e informações. Quanto menor a latência, mais rapidamente os dados são transferidos.
3. Para apresentação de legendas em sua língua nativa nos vídeos do YouTube, clique em configurações, inglês, clique novamente em inglês e em seguida clique em traduzir automaticamente. A seguir acione a barra de rolagem até encontrar e clicar na sua língua nativa.
Fontes:
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